Mais de 42 mil pessoas esperam na fila de transplantes de órgãos em todo o Brasil. Apenas na Bahia são mais de três mil pessoas aguardando. Para marcar o início da campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém” foi lançada, ontem, a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo), que busca agilizar e tornar mais eficiente o processo de doação de órgãos.
Para quem deseja ser um doador, a Aedo é uma forma de registrar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente em qualquer Cartório de Notas da Bahia.
A iniciativa, desenvolvida pelo Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil e pelo Conselho Nacional de Justiça, se baseia na facilidade, agilidade, gratuidade e autenticidade do procedimento.
O coordenador do sistema estadual de transplantes da Bahia, Eraldo Moura, explica a importância dessa iniciativa para diminuir o índice de negativa familiar para doação de órgãos.
“Muitas famílias não autorizam a doação por desconhecer a vontade do ente querido. A importância dessa nova ferramenta é poder ter um cadastro onde a família e os profissionais de saúde vão poder saber a vontade daquele indivíduo”, acredita.
O processo de autorização é simples. A pessoa acessa a plataforma (www.aedo.org. br), preenche o formulário, seleciona o cartório de preferência e agenda uma videoconferência. Durante o procedimento, ela declara sua identidade e sua vontade de ser doadora.
O presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Bahia (CNB/BA), Giovani Ginaellini, reforça a necessidade do contato com a família nesse momento.
“A doação só pode ser efetivada caso a família consinta. Ou seja, é importante que a pessoa doadora converse com a família de que fez essa autorização eletrônica, porque a família vai ser consultada quando a pessoa falecer”, alerta.
A plataforma exige certificado digital para a assinatura eletrônica do formulário, sendo possível utilizar o certificado ICP Brasil ou o certificado digital notarizado, que é gratuito.
Conscientização
Além disso, a campanha “Um Só Coração”, vinculada ao lançamento da Aedo, busca sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. “Queremos aproximar esse tema da sociedade, esclarecer dúvidas e incentivar o diálogo dentro das famílias”, destacou Eraldo Moura.
Atualmente, na Bahia a maior demanda é por transplantes renais, seguidos por córneas e fígado. O Brasil é reconhecido por ter o maior sistema público de transplante do mundo.
Fonte: A Tarde