A advogada, professora e ex-prefeita de Itiúba, Cecília Petrina, faleceu na manhã deste domingo (31), aos 79 anos, em Salvador. Ela estava internada no Hospital Português, no bairro da Barra, mas a causa da morte não foi informada.
Figura de destaque na política do interior baiano, Irmã Cecília como ficou conhecida administrou Itiúba por três mandatos e, até recentemente, presidia o diretório municipal do PCdoB. Sua trajetória pública foi marcada pela defesa da educação, dos direitos sociais e pelo compromisso com as causas populares.
Cecília Petrina foi eleita prefeita de Itiúba em 2004 e reeleita em 2008, ambos sob a legenda do Partido dos Trabalhadores (PT). Esses mandatos corresponderam aos períodos 2005–2008 e 2009–2012.
Em 2014 ela colocou seu nome na disputa de uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA pelo PT, obtendo pouco mais de 12 mil votos, insuficientes para garantir uma das cadeiras e ela acabou ficando na suplência. Chegou o ano 2016 com disputa municipal, na ocasião muitos deputados deixaram o mandato para disputar a prefeitura dos seus municípios, de maneira que abriu vaga para Cecília assumir, mas ela também estava na disputa para o terceiro mandato em Itiúba, só que não mais pelo PT e sim PCdoB e venceu o pleito
Irmã Cecília tinha a opção de assumir a cadeira do Legislativo pelos próximos dois anos e três meses imediatamente, ou aguardar até janeiro de 2017 para tomar posse novamente como prefeita e ela optou pelo cargo do executivo. Detalhe, caso ela assumisse a vaga como suplente no Legislativo poderia devolver, caso o titular não obtivesse êxito para prefeito. Ela não quis trocar o certo pelo duvidoso e com menor tempo de mandato.
Cecilia Petrina vitoriosa nas três primeiras disputas para Prefeitura conheceu a primeira derrota em 2020 quando tentou a reeleição e sofreu nova derrota no último pleito em 2024.
Nascida em 5 de dezembro de 1945, em Barbacena (MG), Cecília passou a infância no Rio de Janeiro e, aos 16 anos, ingressou na vida religiosa, entrando em um convento em Curitiba. Como missionária, atuou em diferentes regiões do Brasil, incluindo Santa Catarina e o Pará, onde trabalhou com comunidades ribeirinhas e operários da Rodovia Transamazônica. Mais tarde, foi transferida para a Diocese de Senhor do Bonfim, fixando-se em Itiúba, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
Formada em Direito, conciliou sua atuação pastoral com o engajamento social. Foi defensora de assentamentos rurais, comunidades quilombolas e de fundo de pasto, tendo papel de destaque na Comissão Pastoral da Terra (CPT) e apoiando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sua atuação firme em defesa das populações do campo e de comunidades vulneráveis a tornou uma referência na política e nos movimentos sociais da Bahia.
Cecília Petrina deixa um legado de dedicação à vida pública e ao município de Itiúba, sendo lembrada pela coragem e pelo comprometimento com as causas que marcaram sua trajetória. Lideranças políticas e comunitárias da região já manifestaram pesar pela perda, destacando a importância de sua contribuição para o desenvolvimento local e para a luta em defesa da justiça social.
Importante destacar que Cecilia Petrina foi a primeira presidente do Consórcio Público de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sisal (CONSISAL) fundado em 2010, tendo ficado a frente da entidade por 4 anos.
Fonte: Calila Notícias